9 de setembro de 2014

Um pauteiro na família

É inegável que eu sempre acabe pensando em algo relacionado com a agricultura para fazer minhas reportagens. Não foram tantas durante a faculdade, pois costumo me permitir a produzir sobre aquilo que não conheço. Estou em um espaço acadêmico que permite ousar e testar, então seria incompreensível não agir dessa forma. Mas, não nego minha alegria em praticar minha futura profissão, meu sonho de infância, em um universo mágico, tranquilo e gostoso de estar: o universo onde cresci. E, foi nele que ganhei de presente minha pauta para a Exceção.




Foi no campo que aprendi os valores da vida e foi com um cara de olhos profundos e sorriso largo que entendi a vida como o bem mais precioso do mundo. Ao mesmo tempo que ele me ensinava a subir no trator e logo mais a pilotá-lo, sorria com minhas brincadeiras, quando eu fingia apresentar um telejornal. Simultaneamente com nossas conversas no meio do barro, com o pé na lama e arroz ao lado, falávamos sobre a faculdade que tinha acabado de conhecer. E, no mesmo instante que me via partir e abandonar o campo, sorria por saber que eu estava realizando um sonho.

Hoje, olho para o meu pai e ainda vejo os mesmos olhos orgulhosos e empolgados com qualquer atividade que eu possa desenvolver. Seja no meio de uma lavoura ou com uma caneta ou um teclado em mãos. Durante as últimas férias de inverno, conversávamos sobre o mundo, as notícias e até mesmo o banal, quando ele me sugeriu: "bem que tu podia fazer uma matéria sobre (tal coisa), né?". Meu pai, com todos os seus anos de aprendizagem prática e de olhar refinado diante das coisas simples da vida, acabava de me sugerir uma pauta, mesmo ele pensando que era apenas um simples  assunto, uma simples sugestão. Mal sabia ele que nada é simples quando vem do coração.

Arquivo pessoal

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