18 de setembro de 2014

A arte de produzir revista

A revista é um meio de comunicação que tem algumas vantagens sobre os outros meios: ela é portátil, fácil de usar e oferece grande quantidade de informação, por um custo pequeno. Entra na nossa casa, amplia nossos conhecimentos, nos propõem reflexões, mas o principal é que nos da referência para formarmos nossa própria opinião. É publicada semanalmente, quinzenalmente, mensalmente ou em qualquer outro intervalo de tempo. Paga ou gratuita, o exemplar pode chegar pelo correio ou ser vendido em bancas. A origem da palavra “revista” de acordo com a autora Fatima Ali (2009), vem do inglês “review”, que quer dizer, entre outras coisas, revista, resenha e crítica literária. A palavra “review” segundo Ali era comum em várias revistas literárias inglesas, que eram os modelos imitados em todo o mundo nos séculos 17 e 18. Daí a origem da palavra “revista” na língua portuguesa. Já na Inglaterra, nos Estado Unidos e em outros países de língua inglesa, revista é chamada de “magazine”, que vem da palavra árabe “Al-mahazen”, que significa armazém ou depósito de mercadorias variadas. Ali (2009), afirma que revista é feita para o leitor, “esse é o mandamento número um, a regra número um. Qualquer revista grande ou pequena, paga ou distribuição gratuita, dirigida a qualquer público, do mais amplo ao mais especializado é feita para ser lida.” (ALI, 2009, p. 31). Ela salienta que mais da metade das revistas lançadas a cada ano não sobrevive. Quase sempre, o principal motivo é a falta de foco. As revistas que se mantém por décadas, e até mesmo por mais de um século, tem um conceito claro, uma missão editorial específica e uma fórmula bem definida. A autora chama a atenção para dez itens que devem ser levados em consideração na produção de uma revista. 1. Lembrar do leitor, sempre- A cada pauta, cada decisão, cada escolha, cada matéria, lembrar que a revista é do leitor. Que tem com ele uma relação que ele deseja renovar a cada vez que a revista chega. 2. Servir- Esse é o principal objetivo do trabalho de fazer revista, uma tarefa contínua, que pode garantir que o leitor tenha interesse pela edição seguinte. 3. Surpreender- Levar o leitor ao encontro do inesperado, do desconhecido ou de coisas que ele não sabia que queria saber. 4. Oferecer um benefício- O leitor precisa sentir que ao ler a revista, tem um ganho que não teria se não tivesse lido. Informação, diversão, saúde, conhecimento. 5. Dar espaço de participação- A interatividade aumenta o compromisso emocional com a revista e fortalece a relação com o leitor. 6. Atender- Dar informações que são de interesse do leitor, o que eles querem saber. 7. Manter contato- Sair, andar, circular, observar e ouvir. 8. Colocar-se no lugar dele- Analisar a revista com distanciamento, como se nunca tivesse a visto antes, com o olhar de um novo leitor. Imaginar como ele entende cada texto. Se perguntar: o que mais eu gostaria de saber? O que precisa ficar mais claro? 9. Não subestimar- O leitor não quer que falem com ele de cima para baixo. O jornalista não é superior a ele, só tem mais informações sobre alguns assuntos. 10. Atenção pessoal- A revista pode ter milhões de leitores. Mas, ao se dirigir a eles, falar com um só: ele, o único, aquele que tem a revista nas mãos, naquele momento. Entre as cinco maiores revistas do mundo, National Geographic tem o conceito de maior longevidade, desde 1888. A imagem abaixo é da capa publicada em junho de 1985, tem a foto de uma menina de 12 anos, refugiada em um campo na fronteira de Afeganistão com Paquistão. Helicópteros soviéticos destruíram sua família e sua cidade. A foto tornou-se um ícone da National Geographic e uma das fotos mais reproduzidas no mundo.

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