12 de setembro de 2014

O prazer de produzir uma revista

Logo ao iniciar a faculdade de Jornalismo, quatro anos atrás, sabia que minha sina seria escrever. Aliás, era esse o motivo da escolha pelo curso. Eu era - e ainda sou, claro - apaixonada por palavras. No Ensino Médio, inclusive, arrisquei iniciar um romance. Ele não saiu dos primeiros capítulos, mas incentivou ainda mais a gostar do que escolhi fazer pelo resto da vida. 

Já nos primeiros semestres tive a certeza de que o meio impresso me roubava mais a atenção. No entanto, mais do que o jornalismo diário, descobri que seria na revista que encontraria possibilidades de unir duas paixões: jornalismo e literatura. O oitavo semestre, o qual faria a Exceção, demorou, mas chegou. Junto com ele, a Monografia. O tema também não poderia ser outro: narrativas literárias na revista. 

Hoje, tenho o prazer de produzir uma revista. Ao cursar a disciplina de Jornalismo de Revista concomitantemente com a Monografia, o interesse pela área só aumenta. É através das pesquisas para o trabalho de conclusão de curso e das aulas de quarta-feira pela amanhã que aprendo, ainda mais, sobre a diferença de uma notícia - comum no jornalismo diário - e de uma reportagem - que ganha força nas revistas semanais e mensais. 

Além disso, é na reportagem que o jornalista ganha liberdade para tornar o texto mais autoral. Destinada especificamente a assuntos que exigem mais, os quais o leitor quer saber mais, conhecer melhor e entender bem, a reportagem busca fugir da mesmice. Para isso, a riqueza textual é um dos fatores essenciais na construção de uma boa reportagem.

Outras características como  a humanização do relato, o texto de natureza impressionista e a objetividade dos fatos narrados também fazem parte do modelo de reportagem em revistas. Além de oferecer maior detalhamento dos fatos e contextualizar aquilo que já foi anunciado, o discurso narrativo tem a possibilidade de ser enriquecido linguisticamente e reforçado por artifícios comumente encontrados na literatura.

Para a produção da Exceção, é isto que eu e meus colegas queremos. Boas reportagens. Riqueza textual. Relatos de interesse humano. Afinal, é isto que, no fim das contas, o Jornalismo nos reserva: um trabalho feito por pessoas e para pessoas.

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