3 de abril de 2009

Momento de reflexão

Fugi da minha mesa na redação e fui para a sacada. Buscava cura para a maior das dores de cabeça que já senti. Estava cheia de tanto papo furado e comovida pela falta de humildade das pessoas. Puxei a cortina e abri a porta. Meus passos pareciam sem movimento... Curvei meu corpo na grade de aço, acendi um cigarro e olhei para baixo, meio que com vontade de explodir o mundo ao meu redor. (Que tremendo mau-humor). O som da rádio que vinha do interior da redação entrava nos meus ouvidos como uma sinfonia de punk-rock após horas de bailão. O céu já não era mais azul, pois o cinza insistia em tomar conta do cenário. Viagens da minha cabeça que já estava no sul da Ilha de Páscoa. Fitando a rua, notei um homem franzino em uma carroça. O cavalo, coitado, mais magro do que as anoréxicas modelos dos comerciais da TV, estava à beira da morte. Só faltava morrer. Já o velhinho parecia ser bem ágil. Nem de longe aparentava seus mais de 90 anos. Fiquei pensando, naquele momento, como teria sido a vida de tão simples pessoa. Seria ele agricultor? Elementar meu caro Watson!!!! Continuei a acompanhar a cena...
Andou até a frente do hotel e, Já esquina, um carro potente grudou em sua traseira (sem maiores interpretações). A paz e a calmaria do momento foram interrompidas. Uma buzina estridente e um "homenzinho" - nada educado- desceu do carro. Em alto e bom som, começou a encher o velhinho de ossos. - Deveriam punir essas carroças. Elas não podem andar nas ruas da cidade, pois aqui é lugar de carro! dizia o homem. Ele, advogado, sabia o valor de uma carroça quando andava nas estradas de chão batido em sua juventude, mas tudo bem...
O velho, tomado pela vergonha de toda a gritaria, parou seu único meio de transporte, acalmou o cavalo, já assustado, e o colocou paralelo ao cordão. - Me desculpe, não queria interromper. Siga seu caminho, mas não esqueça do filho que perdeu em um acidente de automóvel. Se ele estivesse como eu, de carroça, certamente estaria vivo.

_ Quer resposta melhor?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!??!??

2 comentários:

Rozana Ellwanger disse...

Juro que me deu vontade de chorar lendo isso. Tenho muita raiva de gente assim, como esse advogado aí... Mas quando cheguei ao final do texto, senti uma satisfação pelo velhinho. Ah, se todas as pessoas fossem assim! Se eu tivesse presenciado a cena, com certeza daria parabéns a ele!

Emanuelle disse...

Uia, é isso mesmo...respeito é bom e todo mundo gosta. Abraços formandaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa