4 de abril de 2009

Deixe as múmias para a história


A beleza do futuro se esconde na realidade. Quem ousa buscar, sob qualquer meio, as entrelinhas da eternidade, acaba perdido num teorema que, por mais exato que possa parecer, jamais terá um resultado final. Sempre existem restos nesta matemática. Prever os acontecimentos vindouros pode ser atraente. Mas será que as pessoas têm capacidade de administrarem suas vidas após essas descobertas?
Acredita-se que o ser humano nasce com uma predestinação. Ou seja, aquela velha história que ninguém foge do destino. O que pode parecer uma bobagem se for considerada a essência do livre-arbítrio em que todos podem dominar suas ações, são donos de sua individualidade e, portanto, de seu futuro. Uma controvérsia implícita, pois todos sabem que não há liberdade de escolha verdadeira. Tudo está fadado pelas necessidades sociais dos seres humanos. Cada ato é apenas uma ação dentro de um cenário de milhares de interpretações.
Quando uma pessoa busca profissionais (ou não) para conhecer o que gostaria, está tentando apenas brincar com seu próprio presente. O amanhã não muda jamais sem que se queira. O ontem passou mas, de alguma forma, parece influenciar tudo. Correntes que não se quebram jamais. Muitas vezes esses profissionais estão certos em suas previsões, entretanto, pela fraqueza, alguns sucumbem ao que foi dito e apenas desistem de lutar. O futuro que se encarregue...
Muitos apostam que a humanidade terá tempos catastróficos. Pestes, doenças terríveis, bombas nucleares, guerras por água e destruição da natureza em ordem maciça...mortes por motivos fúteis. É lógico que aqueles que vivem o hoje, devem pensar constantemente em como mudar a situação calamitosa já existente e que o “vento” sopra dias piores.
Outra vez o destino entra em cena e prova que, em termos de futuro, somente Deus é perito. Ele se comunica, seja por sinais, ou mesmo ao apontar o lamentável flagelo humano. Micro e macro tragédias já ocorrem na atualidade e poucos se perguntam em como dar sua parcela de contribuição para a realidade seja transformada. Tudo é pensado a longo prazo porque é bem mais cômodo deixar para amanhã, com jeitinho brasileiro e tudo, o que se pode fazer rigth now (agora).
Um dedo apenas pode ter valor incalculável para a mão, assim como o pé sustenta o peso do corpo humano. Cada um tem a sua importância no painel global. Falar em destino é efêmero se não se traçar um paralelo entre o mundo do possível e do impossível. Este é o caso dos habitantes do Egito antigo que, pelas crenças, acreditavam em vida após a morte e, por este fato, deixavam verdadeiras fortunas, quase sempre para os Faraós. Um politeísmo defendido pela possibilidade de corpo e alma eternos. Quantos, naquela civilização, puderam ter um baú de ouro? Poucos, pouquíssimos. Mas o cadáver (múmia) poderia precisar e, depois que voltasse do mundo dos mortos, gastaria sua fortuna. Um exemplo clássico de deixar a realidade, o presente, para acatar ao egocentrismo de alguns, o futuro de muitos. Os egípcios passavam dezenas de anos planejando e executando a construção de pirâmides, verdadeiras fortalezas para preservar o futuro. Não tiveram tempo de aproveitar a vida porque se preocuparam demais com a morte.
Para finalizar, a busca de esclarecimentos futuros pode transformar o presente. Quando se sabe o desenrolar de acontecimentos é mais fácil porque se tem idéia das conseqüências. Porém nem sempre os labirintos têm saída. O melhor é manter o presente saudável, fazer algo de bom agora e deixar o que existe na próxima esquina da vida para amanhã. Se a estrada é conhecida ninguém pode se perder. Quando se perde o rumo, sempre existe um atalho e, pode ser que neste momento de desespero, de dificuldade, novos e belos horizontes sejam conhecidos.

P. S:
- A natureza tem perfeições para demonstrar que é a imagem de Deus, e imperfeições para provar que é só uma imagem (Blaise Pascal)
- O presente é a presença da ausência (M.H)
- A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas


Espero que gostem da imagem...ela é fruto de um trabalho feito para a disciplina de fotografia em jornalismo II. O tema foi: Deixe mais livros na rua...

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