1 de outubro de 2014

O jornalismo em sua essência

No último fim de semana tive a oportunidade de vivenciar uma experiência única. Dentro do jornalismo, certamente, a mais emocionante até agora. Quem me conhece sabe que sou apaixonada por esportes. Por jornalismo esportivo, então, mais ainda. Há quase dois anos tenho a chance de realizar um estágio na área. E é há cada final de semana como plantonista de esporte que descubro algo a mais para me apaixonar. No último não foi diferente.

Santa Cruz do Sul recebeu a nona etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car. Além de fazer a cobertura do evento desde a quarta-feira da semana passada, entrevistar grandes nomes do automobilismo brasileiro e mundial – como Rubens Barrichello, Max Wilson e Ricardo Zonta –, pude andar na carona de um Stock Car V8. Sim, a mais de 200 quilômetros por hora! Mais do que a adrenalina e a emoção de estar a bordo de um carro de corrida, ao lado de um piloto profissional, neste momento pude viver o jornalismo em sua essência.

O passeio, é claro, tinha um propósito. Sentir na pele, para depois retratar no papel, a sensação da alta velocidade. Junto comigo, outros cinco leitores do jornal onde realizo o estágio deram a chamada volta rápida. Corajosa que sou, fui a primeira. Depois de mim, cada um deles, extasiados, faziam o passeio. Eu anotava tudo. Quando cheguei em casa após o acontecimento, no sábado à tardinha, não tive forças para escrever no momento. Deixei aqueles sentimentos na gaveta e, no domingo – já que a matéria seria publicada apenas na segunda-feira – parei para escrever.

Sim, a opinião e a fala dos leitores que participaram do passeio seria o suficiente. Para uma matéria mais ou menos, talvez. Mas nada substituiu a vivência. Se não sei exatamente o que eles sentiram, participar do mesmo momento ao menos me mostrou como é tal experiência. Lembro que sai do carro com as pernas bambas e as mãos suadas, mas com um sentimento de felicidade incalculável. Mais uma vez, senti o quanto o jornalismo representa para mim. O quanto viver a realidade desta profissão é apaixonante. E, sobretudo, o quanto eu não tenho tanto medo assim de velocidade.

O texto que escrevi não era de revista – mesmo que certos artíficios em comum também sejam permitidos no jornal. Tampouco, esta postagem é relacionada diretamente à Exceção. No entanto, a experiência que vivi no último fim de semana abriu – ainda mais – meus olhos quanto à importância da dedicação à pauta e ao compromisso com a realidade. Nunca é demais lembrar: nem sempre jornalistas retratam apenas o que escutam ou leem. Em alguns casos, o essencial está no que veem e no que sentem. 

Rodrigo Assmann/Gazeta do Sul

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