16 de outubro de 2014

Crônica da calça suja

Se tem algo que me tira do sério é o medo de se sujar. Literal ou não literalmente, a verdade é que não pode-se viver intensamente sem nenhum esbarrão, hematoma ou marca. No caso do jornalismo, isso também segue a mesma linha. Repórter não pode ter frescura. Você  pode até conseguir fazer uma reportagem sentada na sua cadeira confortável na redação. Mas, o resultado não será o mesmo caso você pegasse seu bloquinho, uma caneta, a câmera e fosse colocar o pé no mundo, para não só narrar os fatos, como também sentir. E, colocar isso dentro da reportagem, é claro. Afinal, você quer cumprir tarefas ou viver sua profissão?

Na faculdade, aprendemos que se sentir acomodado não leva repórter nenhum ao reconhecimento. Por isso, como estudante, devo produzir com vontade e sem preguiça. Eu não me importo em colocar o pé na lama e de estragar meu cabelo ao deitar no chão por uma boa fotografia. Mais vale uma unha quebrada do que uma reportagem sem emoção. Talvez seja por isso que falam que jornalista de verdade não vive através do jornalismo e sim pelo jornalismo e pela vontade de fazer bem feito.

Vestígios da pauta da Exceção 2014/2.

Nenhum comentário: