7 de outubro de 2014

Jornalismo digital: o que mudou do papel para a web?

Com a popularização da internet nos últimos anos, os jornais, revistas, Tvs e rádios tem tentado estabelecer mais vínculos com seus leitores. Contudo ainda é presente o desafio de ganhar dinheiro e sobreviver com a web, onde quem navegador está acostumado a receber um conteúdo dinâmico e aprofundado sobre qualquer assunto, mas o que realmente mudou de uma plataforma para outra?
Segundo o site do Grupa a os seguintes aspectos tiveram mudanças:
1. Navegar na obra
Um leitor digital permite:
Aumentar ou reduzir o tamanho e o contraste da letra na tela, conforme nossa acuidade visual, o período do dia, a orientação da luz; dispor a página na vertical ou na horizontal; reordenar o texto e recalcular o número de páginas da obra a partir do tamanho de letra e do formato escolhidos; mover-se interativamente no texto, saltando de uma citação à bibliografia ou às notas de rodapé, e inclusive interromper a leitura e voltar a ela na página em que se parou; marcar com cores diferentes e preestabelecidas qualquer fragmento de texto e atribuir-lhe uma categoria (frases importantes, erros de linguagem, má tradução, palavras desconhecidas); escrever anotações ou comentários sobre o texto, guardá-los ou enviá-los a alguma conta de correio eletrônico ou telefone; fazer buscas por palavras ou expressões e navegar por todos os fragmentos assinalados ou comentários realizados.
São injustificadas as críticas que se costuma fazer aos dispositivos digitais de que eles não permitem sublinhar, tomar notas, pôr sinais e pontos ou utilizar o livro em diferentes ambientes (trabalho, praia, campo, deslocamentos, etc.). Eles igualaram e superaram as práticas de anotação com papel e lápis: o problema é que estamos acostumados a certos hábitos e preferimos mantê-los, o que é certamente legítimo e respeitável.
2. Consultar dados linguísticos, artísticos ou culturais
Se nosso dispositivo está conectado à rede, podemos realizar tarefas como:
Buscar no dicionário, em uma base de dados terminológica ou em qualquer outro recurso léxico digital o significado ou a tradução para nossa língua materna de um termo que não entendemos; usar um tradutor automático ou outros recursos (analisadores morfossintáticos, corpos de textos etiquetados) para resolver dúvidas gramaticais;
Consultar algum dado cultural na Wikipedia ou em qualquer outro site informativo de arte, história, etc.; consultar mapas e fotos dos lugares onde se passa o romance ou o poema que estamos lendo; pesquisar críticas, resumos e comentários da obra;
Consultar fotos e vídeos dos personagens ou fatos mencionados na obra (como trailers de filmes ou trechos de montagens teatrais baseados na obra que estamos lendo, fotos de atores caracterizados para os personagens centrais, fotos das capas de várias edições da obra, fotos e vídeos de festas populares que recriam os fatos da obra, entre outros). Pensemos, por exemplo, em obras populares como La Regenta, Fortunata y Jacinta, Obabakoak, El Quijote ou o Poema de Mío Cid, a respeito das quais foram realizadas séries de televisão, filmes, quadrinhos, versões teatrais, etc.
3. Contatar outros leitores
Vários sites (editoras, instituições, bibliotecas, etc.) permitem:
Contatar on-line outros leitores de uma mesma obra para trocar impressões, recomendar obras ou interagir sobre a leitura; contatar outros leitores de uma obra e estabelecer diálogos em chats, consultas presenciais e trocas de opiniões em fóruns sincrônicos por meio de programas de bibliotecas e clubes de leitura on-line;
Optar entre ler a obra de modo “aberto” ou on-line ou de modo “fechado” ou out-line, podendo compartilhar ou não nosso processo leitor com outros leitores conectados; sublinhar uma frase ou inserir um comentário (alguns dispositivos podem também nos avisar que outras pessoas realizaram ações parecidas no mesmo ponto da obra, fornecer seus nomes e, inclusive, colocar-nos em contato com elas).
4. Criar fanfic, histórias realistas e sequências
Os sites e fóruns que fomentam a produção de literatura digital vernácula (Harrypotter.cat, fanfic.net, fanfic.es; ver Cassany, 2011) merecem menção à parte. Neles as crianças inventam sequências, prequelas1, paródias e versões alternativas de aventuras novas e velhas, com seus heróis favoritos, sejam originários da literatura, de quadrinhos, do videogame ou do cinema e da televisão. Vale a pena clicar em algum dos links citados e passear por milhares de histórias e de comentários produzidos por jovens de todo o mundo, com recriações muito diversas dos mesmos referentes. É absolutamente fascinante ver a criatividade e a diversidade dessas obras de literatura à margem da lei, que se relacionam com obras da literatura legitimada ou oficial.

As possibilidades didáticas que se abrem aqui, com o aproveitamento dos recursos tecnológicos atuais, são diversas, criativas e até surpreendentes, incluindo: incentivar os alunos a abrir um perfil de Facebook para Calixto, Melibea e Celestina; ler a obra imaginando que amigos teriam, que notícias colocariam em seu mural, que música ouviriam ou que vídeos vinculariam ao seu perfil; Abrir uma conta no Twitter para El Cid Campeador ou para Jorge Manrique, depois de ler suas obras, e imaginar que twits, retwits e hashtags usariam.

Atualmente o mais chamativo são os infográficos, utilizados nas revistas estes possuem vídeos, fotos, pequenas descrições do fato em forma de texto, são utilizadas para se ter uma maior interatividade com o leitor do meio. Todavia há sempre uma busca pelo novo, para não cair na mesmice, e assim “conquistar” mais leitores, ainda que não haja uma forma efetiva para se ganhar dinheiro com o meio virtual, as empresas apostam no mesmo, acreditando, que um dia se constituirá uma forma efetiva para arrecadar fundos e se manter esta interatividade midiática.

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