Eu, como editora de fotografia, tenho pego várias revistas para fazer uma análise das fotos. Ficava folheando as páginas e tentando ver o que me chamava atenção quanto as escolhas feitas pelos fotógrafos e como estas imagens interferiam (ou não) na reportagem. Óbvio que a imagem, na minha opinião faz uma grande diferença.
Fazer este trabalho foi bem bacana. Peguei revistas como Piauí, Veja, Super Interessante, Gloss, Rolling Stone e até (pasmem) Playboy! Sim, eu li até mesmo a Playboy, e confesso (que as fotos não me agradaram muito!) que o estilo de texto me surpreendeu.
Fui obrigada a ler a matéria feita com a cantora Sandy, aquela que causou polêmica, para justamente ver com meus próprios olhos ela dizendo que... vocês sabem! E, obviamente, como eu já imaginava, o que ela declarou não foi exatamente aquilo que falaram, mas, enfim, as fotos casaram com o texto, que aliás foi escrito de forma detalhada, e isto prende a atenção do leitor (no caso, a minha!). E ok, admito que as fotos são super bem-feitas!
Em meio a todas estas revista preciso ressaltar aqui uma, que é de longe a minha preferida, e a considero muito boa, com jornalistas diferenciados: a Rolling Stone Brasil.
A revista é uma versão brasileira da Rolling Stone norte-americana. Mensalmente traz conteúdo cultural, traz grandes reportagens, curiosidades, agenda cultural, cinema, moda, etc. Porém, mesmo que a proposta da revista seja falar sobre música, em todas as edições da Rolling Stone Brasil, contém uma grande reportagem que busca mostrar um pedacinho do mundo que normalmente não ganha muita atenção da população.
Neste mês (que inclusive é edição de aniversário), o repórter André Julião foi até a tribo Mursi no sul da Etiópia, e aborda a cultura daquele povo. Ele conta exatamente o que viu, e em detalhes, conta como se sentiu. É incrível o quanto nos aproximamos do jornalista por meio do seu texto. É como se nos sentíssemos ao lado dele naquela expedição.
Conheci, com a reportagem, uma realidade da qual jamais tinha ouvido falar. Uma cultura que faz parte do pais onde eu nasci e moro, e se não fosse pela reportagem, não saberia de sua existência.
É neste momento que eu percebo a grandeza do fazer jornalístico. É com isso, com este tipo de reportagens (ilustrada com fotos maravilhosas de Érico Hiller), que me empolgo e que dá ânimo para fazermos algo diferente, mostrar outras realidades, dar espaço para o que é deixado de lado, contar uma história pelo que vimos, tornar público.
Estas leituras me fizeram pensar em tudo que foi, até aqui, discutido em sala de aula, e percebi que o fazer de uma revista vai além de toda e qualquer regra jornalística, escrever para revista é algo que mexe com a alma do repórter.