16 de outubro de 2008

Retornando ao texto - parte 1

Aí está ela, Dona Ondina, que infelizmente nos deixou.

Como já comentei neste post aqui, a fonte da minha matéria faleceu. Além de me abalar emocionalmente, a morte dela também forçou-me a reescrever a reportagem da qual ela era a protagonista. Demorei vários dias para ter coragem de voltar aquele texto. Mudá-lo era atestar a morte dela. Eu, preferia deixar aquele sentimento quieto.

Mas haviam prazos para serem cumpridos, e tive de voltar àquele texto. Minha editora Leticia sugeriu talvez mudar apenas o final. Tomando coragem e com uma tristeza no coração, um tanto que inexplicável, reli a reportagem. Naquele momento, a morte da fonte da minha matéria doeu mais ainda, porque em meu texto, ela ainda estava viva. É um pouco complicado entender isso, mas na reportagem, ela estava mais viva do que nunca, com todas as suas características que a tornavam tão fascinante. Não podia mais ser aquele texto, não podia mais ser aquele tom. Mas então, qual seria?

Foi um exercício de paciência, de entrega do autor ao seu material. Tive de quebrar minha cabeça para chegar a alguma solução. Mais a resposta, pode parecer piegas, mas estava no coração. A matéria era emoção, então permiti-me mergulhar na dor da perda dela, para só assim, sentir qual era a melhor maneira de reescrever aquele texto.

Estou dividindo com vocês, porque achei que esses foi um dos meus momentos mais difíceis, tanto que nomeei o arquivo de texto como "tristeza", era o que eu estava sentindo.

CONTINUA...

Um comentário:

Letícia Mendes disse...

San, às vezes é preciso ser piegas, vale a pena ser. E quanto a matéria deve ter sido mesmo bem difícil reescrevê-la, mas tenho certeza de que o resultado ficou muito bom...