13 de outubro de 2008

Quando a fonte morre

De tanto falar em morte lá no Unicom, parece que a morte chegou até a Exceção. A fonte da minha matéria para essa edição da revista, da qual até havia comentado algo aqui, faleceu. Eu estava na aula, o celular tocou, atendi rapidamente. Mas nunca poderia imaginar que seria aquela a notícia que eu receberia.

Ser notificado da morte de uma pessoa sempre é um momento difícil, principalmente quando é feito pelo telefone. Você não sabe como reage. Naquele momento não podia acreditar no que estava ouvindo, parecia irreal demais. Foi um choque, uma dor.

Havia conhecido a personagem fazendo um documentário, me interessei por ela, fui lá e a entrevistei, conheci os seus detalhes, descobri os seus segredos, entrei para sua história. E depois continuei a observa-la de longe, perguntando aos nossos conhecidos comuns como ela estava.

Ou seja, não nos conhecíamos tão bem assim, não havia uma ligação tão forte, mas mesmo assim, sua morte foi um baque. Senti a morte dela como nunca havia sentido antes. Você deve ter pensado que eu pensei na minha reportagem, também, mas naquele momento a dor da perda era pela pessoa, não pela fonte. A matéria a gente reescreve, dá um jeito. Mas e aquela vida?

Quando recebi o telefonema, questionei sobre o velório. Durante o meio-dia, passei na capela onde ela estava sendo velada e rezei por ela. Descobri mais sobre seus últimos dias, senti ainda mais a sua perda, mas também recebi o conforto de saber que ela havia descansado, que seus últimos tempos não haviam sido fáceis. Despedi-me enfim dela.

Mais doloroso ainda foi retornar a matéria para reescreve-la, mas isso eu conto em outro post.

Faz parte do jornalismo, como faz parte da vida.

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