30 de agosto de 2011

Princesas da capa

As revistas sempre seguem uma linha editorial que as identificam. Apesar de a cada edição trazerem assuntos novos, eles sempre vão seguir um estilo, os leitores sabem o que vão encontrar lá.

A National Geographic é conhecida por suas fotos incrívies, a Galileu pelas suas matérias sobre ciência com uma linguagem simples e assim vai.

A Vogue é uma das principais - se não a principal - publicações sobre moda no mundo. E suas capas sempre apresentam modelos/atrizes/cantoras/famosas incríveis (leia-se cabelos incríveis, maquiagens incríveis, roupas incríveis, etc incríveis).

Eis que encontrei pela internet como seriam as capas da Vogue se as modelos fossem as princesas da Disney. Se elas fossem mulheres de verdade e fossem parar na capa da revista, acho que o estilo seria mais ou menos este mesmo:

29 de agosto de 2011

Uma aula muito importante para a Exceção

O encontro de hoje pela manhã foi muito importante aos meus olhos.

Analisamos, no primeiro momento da aula, o resultado da enquete que realizamos ao longo dos últimos dias com alunos da Comunicação sobre a revista Exceção, mas também as matérias que mais marcaram os alunos da disciplina nos cinco primeiros números de nossa revista.

O objetivo de tais atividades foi o de conhecermos melhor os leitores de nossa revista e o conteúdo das edições anteriores.

Algo semelhante que já havia sido feito em 2010, por meio de pesquisa realizada pela moçada de RP.

No primeiro item, foram ouvidos 20 alunos de todas as habilitações da Comunicação.

Três dentre as questões que apareceram de forma mais frequente foram as seguintes:

1 Divulgação - precisamos melhorar este aspecto, inclusive fortalecendo ainda mais o uso de redes sociais e dispositivos 2.0, caso deste blog.

2 Exceção x Unicom - alguns entrevistados indagaram por que as duas publicações do curso parecem tão próximas em termos de conteúdo, à medida que ambas são focadas em reportagens. Trata-se, aqui, de um desafio a ser alcançado: a Exceção, diferentemente do Unicom, busca, ao seu final, trabalhar reportagens em profundidade, principalmente, enquanto que o Unicom não tem este compromisso. A diferença entre um e outro, portanto, é o tratamento que damos ao conteúdo jornalístico, o que nem sempre é possível alcançar. Como disse, um bom desafio a ser encarado.

3 Maior envolvimentos dos alunos da disciplina na revista - foi apontado, na pesquisa, que o empenho dos componentes das turmas está diretamente relacionado ao resultado obtido, que torna as matérias mais ou menos interessantes, e por aí em diante. Para pensarmos.

No que diz respeito às matérias mais lembradas, destaco as três primeiras:

1 "Dona Ondina deixou o hospital", de Sancler Ebert, publicada em 2008.

2 "Longe de todos e de lugar algum", de Thiago Stürmer, publicada em 2008.

3 "A geladeira que fez a história de uma rua", de Pedro Piccoli Garcia, publicada em 2010.

Há outros resultados, claro, mas estes já têm condições de nos ajudar não apenas a avançar no processo de aprimoramento da Exceção como marcar época, uma vez mais, quando o assunto é jornalismo de revista em sua dimensão laboratório.

28 de agosto de 2011

O Cruzeiro - belas reportagens

Em uma discussão sobre as revistas existentes no Brasil na década de XX, me lembrei de um exemplar que tenho guardado aqui em casa, o qual consegui através de um trabalho realizado na disciplina de Introdução a Comunicação, em 2008/1.
O exemplar é antigo, já sem capa, porém o conteúdo é bastante rico. A data no rodapé da página não me deixa mentir: trata-se da revista O Cruzeiro, de 18 de maio de 1957.

Uma das matérias veículadas na edição, em especial, me chamou atenção. Com o título "O Rio está desabando", ela retrata a realidade das construções civis dá época na capital do país, que até então, era o Rio de Janeiro, como podemos identificar no início do texto: "Vinte prédios já desabaram nos últimos onze anos, no Distrito Federal. De quem é a culpa?"

O texto é de Moacyr de Lacerda, e as fotos de Jorge Audi e Geraldo Viola. A reportagem ocupa nada menos do que 6 páginas da revista, sendo duas delas cobertas por enormes fotografias. Esse é, aliás, um recurso muito utilizado (desde aquela época) nas revistas, o uso de muitas imagens. A reportagem termina com uma lista de endereços dos 20 prédios que já desabaram no Rio, e logo em seguida, a frase: "Até quando prosseguirá a criminosa lista?"

Segue uma fotografia da matéria, para ilustrar melhor a minha fala:



Para quem tem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história e o conteúdo da revista O Cruzeiro, fica aqui a dica. Vale a pena!

Site preserva trabalho de Jean Manzon

Jean Manzon, fotógrafo francês que marcou época no Brasil por meio das páginas de O Cruzeiro e em parceria com David Nasser, repórter, possui um site especialmente dedicado ao seu trabalho.

Para além das fotografias e demais informações a respeito de Manzon, o Acervo Jean Manzon possui alguns vídeos interessantíssimos feitos por ele, com o que constatamos que a idéia de profissional multimídia, tão cara a nós, da Exceção, não é bem uma novidade.

O que não dá para entender é porque um trabalho tão importante, da década de 40, está em flash, e porque não disponibilizam os vídeos para incorporação em outros sites, haja vista que estamos falando de informação pública, da memória do país, e não mais privada.

Clique na imagem para acessar o site.



Memória Viva: dedicada ao jornalismo de revista

Um site muito interessante quando o assunto é conhecer a história das revistas, e, nela, do jornalismo de revista no Brasil, é o Memória Viva.

Nele, encontramos, por exemplo, capas e matéria de O Cruzeiro e Realidade, para ficarmos em duas.

Uma excelente fonte de consulta. Clique na imagem abaixo para entrar no site.

27 de agosto de 2011

“Escutadeira” da realidade

Escutadeira. É assim que uma das repórteres mais premiadas do Brasil se define. Eliane Brum não é só uma jornalista. É também uma escutadeira da realidade que aposta nas possibilidades do olhar e da escuta como principais armas de apuração. Atualmente, meu livro de cabeceira – que é também uma das bibliografias recomendadas pela disciplina – é um dos títulos de Eliane. Depois de me aventurar em “O Olho da Rua”, “A Vida que Ninguém Vê” e, recentemente, “Uma Duas”, estou devorando “O Avesso da Lenda”, a história que conta o lado B da Coluna Prestes.

A nós acadêmicos - que estamos nos preparando para fazer bonito na Exceção - o livro é uma verdadeira aula de texto e apuração. Até quem não se interessa pela história do Brasil (o que não é meu caso) consegue ser cativado pelo texto da Eliane. A repórter ficou de janeiro até o final de fevereiro de 1993 percorrendo 50 cidades em 15 estados brasileiros para recontar a história da trajetória dos valentes que reviraram o Brasil pela gana de derrubar o governo na década de 1920. Em seis cadernos, a reportagem foi publicada em Zero Hora de 30 de janeiro à 4 de fevereiro de 1994.

Cada detalhe dos personagens dessa história é levado em conta em um texto cheio de fôlego, que leva o leitor até a fonte de forma instantânea. O modo com que a história é apresentada nos enche de inspiração e nos oferece um pouco do universo encantador da reportagem em profundidade. Abaixo, segue um vídeo que encontrei no Youtube onde a autora fala sobre o seu modo de apuração. No depoimento ela conta por que acha que perguntas também são uma forma de controle e confessa que não vê diferenças no modo de apuração para matérias de jornal e revista. Vale a pena dar uma espiada!



26 de agosto de 2011

Hora de acionar as redes sociais

Para aproximar o processo de produção da Exceção dos seus leitores e cativar, cada vez mais, leitores, vamos, mais do que nunca, tirar proveito das redes sociais durante o semestre. Essa é a hora de acionar o Twitter e o Facebook e aliar estas ferramentas ao modo de fazer e pensar a revista.

A partir de agora, a turma vai contar com mais este apoio para discutir jornalismo de revista e, principalmente, mostrar o lado B da Exceção. A ideia é trazer o leitor para perto do conteúdo e mostrar as inúmeras possibilidades de “leitura” e interação de uma reportagem.

Além do conteúdo disponibilizado no Blog, a turma vai contar com a ajuda das redes para dar uma ideia do passo a passo da produção de uma das publicações mais esperadas do curso. Fiquem atentos!

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De "cara" nova

Começar uma nova edição não significa partir do zero. Um bom exemplo, no caso da Exceção, está no blog. Usamos o mesmo endereço, a mesma plataforma, a mesma base dos semestres anteriores. Mas agora, com a nossa cara, literalmente. O novo layout do blog foi produzido especialmente para mostrar a você, caro leitor, que a nova revista terá a nossa cara, o nosso jeito, a nossa ginga.

E falando em aproveitar o que já foi feito, hoje iniciamos o estudo do projeto gráfico da Exceção. Eu, Viviane Herrmann e Frederico Carlos passamos um bom tempo analisando as edições anteriores, pesquisando outras revistas-laboratório, buscando inspiração nas coisas mais estranhas, exóticas e inovadoras quanto foi possível. O resultado? Dezenas de ideias!

Se o blog agora tem a nossa cara, a Exceção terá o aspecto daquilo que seu nome representa: algo completamente diferente do convencional. O logo que vocês estão vendo pode ser temporário, mas nosso entusiasmo é definitivo. Seja bem-vindo, agora oficialmente.

25 de agosto de 2011

Aquela coisa boa

Sabe aquela vontade boa que dá na gente, quando a gente tem uma festa de aniversário para ir? Sabe aquela ansiedade que surge, fazendo a gente querer que o dia chegue logo? Poiz é, essa mesma coisa boa que a gente sente antes de uma festa, nós, jornalistas (ou quase jornalistas), sentimos quando iniciamos o processo de produção de uma pauta escolhida a dedo por nós.

Claro que nem sempre podemos escolher os assuntos das reportagens que produzimos, mas, nem por isso, deixamos de produzir com empenho e dedicação. No entanto, quando é algo que parte de um desejo particular da gente, sejamos honestos, dá mais tesão.

E vim aqui escrever porque me encontro exatamente nesse estado, sentindo essa coisa boa.

Essa semana fiz contato com um grande jornalista da cidade, pedindo a ele que me ajudasse a definir um norte mais específico para a minha pauta. Ele, com muita presteza, indicou-me o caminho, e me deu um gostinho, do que eu ia encontrar pela frente. E até aqui, afirmo, tudo não poderia ter ocorrido de maneira mais perfeita.

Adorei a dica que ele me deu, e agora estou aqui nessa ansiedade gostosa, louca para sair e exercer a função de jornalista. Mas antes de sair por ai sujando os sapatos, como diria Gay Talese, preciso pensar direitinho como vou fazer isso, para produzir uma excelente reportagem, daquelas que você começa a ler, e não consegue parar mais.

Aguardem...

24 de agosto de 2011

Trabalho de repórter

No segundo encontro da disciplina de Jornalismo de Revista nós definimos as funções de cada um e também discutimos algumas pautas. No momento em que foi dito, pelo professor Demétrio, que precisávamos pensar em uma pauta, uma história que fosse uma "exceção" a imagem dela me veio à cabeça. Você deve estar se perguntando de que "dela" estou me referindo, enfim, da minha fonte, a história de vida desta menina de 23 anos de idade é algo inacreditável e cheia de acontecimentos inusitados, daqueles que adoramos chamar de milagres!

Daquela manhã em que tivemos a reunião de pauta até hoje (e creio que isto vá se estender até o final do semestre) a figura da guria que conheci há dois anos nos Estados Unidos não me sai da cabeça, vira e mexe me pego pensando na história dela e de que forma seria mais legal passar isto aos leitores da Exceção. Enfim, é aqui que começa o trabalho de um repórter! Pensou que fosse algo simples? Do tipo, definir a pauta, sentar e escrever? Não, as histórias nos perseguem, dormem conosco e acordam rindo da nossa cara, fazem charme, falam baixinho em nossos ouvidos, aparecem e somem em um piscar de olhos. Estamos destinados a nos apaixonar por estes personagens da vida real e colocar no papel aquilo que lhe seja (sim, a você leitor) útil e interessante.

Bom, é aqui que começa meu trabalho, e o primeiro contato com a fonte já foi feito, até posso dizer que algumas linhas já foram escritas....mas o que se trata e de quem estou falando, aí você, querido leitor, vai ter de esperar para LER!

See ya! ;D

Deka Bueno

23 de agosto de 2011

Reuniões de pauta

Após três encontros na disciplina de Jornalismo de Revista, já estamos realizando nossas reuniões de pauta. Momentos importantíssimos para o início do processo de reportagem, essas reuniões servem para irmos norteando algumas questões no que diz respeito aos temas, às fontes, às idéias e no próprio foco que daremos nas matérias. A mútua ajuda dos colegas, opiniões, discussões, conselhos, muita conversa para acertar nas decisões.

Em tempo, estou lendo Realidade re-vista, de José Carlos Marão e José Hamilton Ribeiro. No livro, a história e as melhores matérias de uma das revistas mais influentes que o Brasil já teve. Num dos trechos, Marão conta como eram as reuniões de pauta: “A pauta era criada e decidida em três fases. A primeira, informal. A segunda, a reunião de pauta oficial. E a terceira, o espelho, a decisão final do que já estava pronto para a publicação. [...] Nenhuma ideia, por mais absurda ou idiota que fosse, era rejeitada na primeira reunião. [...] Era, de fato, um processo coletivo de criação.” Processo coletivo, assim nós faremos.

22 de agosto de 2011

O que eu penso sobre a Exceção...

É conhecendo a opinião dos leitores sobre a Exceção que nós poderemos deixá-la ainda melhor. Pois bem. Hoje à tarde colhi o depoimento da nossa colega Marília Gerhke, acadêmica do sétimo semestre do curso. Entre as sugestões dela, está o aumento da intaratividade da revista com o público, através, principalmente das redes sociais. Em vídeo, confira o que ela pensa sobre a nossa revista.

Reportagem, o início do processo

Bom, ainda não dá para falar abertamente sobre as matérias da próxima Exceção, mas já estou tratando da minha pauta. O que posso dizer por enquanto é que a história que contarei está em algum lugar do Vale do Taquari e trata, entre outras coisas, de costumes. E, nos dicionários, designam-se como costumes as regras sociais resultantes de uma prática reiterada de forma generalizada e prolongada, o que resulta numa certa convicção de obrigatoriedade, de acordo com cada sociedade e cultura específica. Por enquanto, deixo esse conceito, porque acho que ele me ajudará, nesse início de processo, a explicar e entender o personagem central da reportagem.

Capas que nos inspiram

Se pensar na produção de uma revista é pensar em todo o processo, podemos começar trabalhando a identidade visual do periódico. E nada melhor do que analisar algumas capas antigas que inovaram em sua época e que hoje servem como fontes de inspiração para estudantes e profissionais.

Cosmopolitan - 1925



Revista de Automóveis - 1957


O Cruzeiro - 1954


Veja - 1968


Realidade - 1966


Manchete - 1954


Time - 1960


The New Yorker - 1925

16 de agosto de 2011

O Vogue e a Vogue

A Revista Vogue, ícone no mundo da moda, foi uma das grandes influenciadoras de um dos mais recentes estilos de danças urbanas (Street Dances). Tanto é que a dança levou o nome da Revista, Vogue.

O Vogue (estilo de dança), surgiu na década de 80, em Nova York. Na época, os jovens que sofriam três tipos de preconceitos (por serem negros, pobres e gays) se juntaram sob a orientação de homossexuais já mais maduros e formaram as houses (casas), que funcionavam como verdadeiras famílias.

Nas houses, aconteciam diversos tipos de concursos, que tinham como objetivo, na verdade, reforçar a auto-estima daqueles jovens excluídos socialmente. Os homossexuais que faziam parte das houses tinham a mais profunda admiração pelas mulheres que apareciam na capa da Revista Vogue. Mais do que isso: sonhavam em ser como elas.

A partir disso, nos concursos desenvolvidos nas houses, chamados de balls, foi surgindo, principalmente por meio de um integrante da house chamado Ninja Ninja, Willie Ninja, o estilo de dança Vogue, constituído por poses inspiradas nas mesmas feitas pelas modelos da Revista Vogue. Hoje em dia, a dança já é dividida em Old Way e New Way.

Abaixo, segue um vídeo mostrando o estilo de dança:

15 de agosto de 2011

Cargos e funções

Segunda aula do semestre e já decidimos as funções de cada um para fazer a Exceção do semestre acontecer.

1 Editor-chefe: Demétrio
2 Editora Executiva: Blau (eu)
2.1 Sub-editora Executiva: Yayá
3 Editora de Fotografia: Deka
4 Editora Multimídia: Jeniffer
4.1 Sub-editora Multimídia: Débora
5 Editores de Imagem: Renan, Fred, Vivi Moura
6 Coordenadoras de Produção: Marluci e Ana Rainha
7 Direção de arte: Vivi Herrmann

Revista Realidade

Nessa primeira postagem no blog da Revista Exceção, vou falar sobre um dos pilares que usamos na construção da nossa revista: a Revista Realidade. Embora existam outros grandes exemplos, a Realidade destacou-se em seu tempo pelo investimento em grandes reportagens. Foi berço de gênios do jornalismo brasileiro como José Hamilton Ribeiro (vencedor de 7 prêmios Esso), Roberto Freire e Paulo Patarra.

Foi pioneira no Brasil ao trabalhar com reportagens científicas (a reportagem sobre transplante de coração, de José Hamilton Ribeiro, foi a primeira do gênero no país) e as chamadas "Reportagens-sonho" (em sua primeira edição, lançada três meses antes da Copa do Mundo de Futebol de 1970, a revista trazia estampada na capa o rosto de Pelé com a seguinte chamada: Foi assim que ganhamos o Tri. Naquele ano, sob o comando de Pelé, o Brasil, de fato, levou o tri-campeonato mundial).

Para quem quiser saber um pouco mais sobre a revista, alunos da Facha (Faculdades Integradas Hélio Afonso), do Rio de Janeiro, fizeram, em 2010, um blog no qual aprofundaram o estudo sobre o periódico.

Vale a pena conferir o blog Virou Realidade.

13 de agosto de 2011

Sobre a forma que se olha

A edição 58 da revista Piauí, um dos eixos condutores de nossa disciplina, veicula, à página 60, um texto muito interessante sobre o escritor Julio Cortázar, um dos grandes nomes da literatura mundial, autor, entre outros, de O Jogo da Amarelinha.


Chama-se, o texto, Misteriosa entrega e mudança de si mesmo, e fala da correspondência de Cortázar ao longo de sua vida.

Destaco um trecho em particular, que interessa a nós todos. Tem a ver com a forma como olhamos o mundo.

(A originalidade do olhar, sabemos, é fundamental à Exceção e ao jornalismo de revista como um todo.)

Refiro-me ao trecho de uma carta escrita em 24 de fevereiro de 1952, em Paris:

Quero que a maravilha da primeira vez seja sempre a recompensa para o meu olhar. Posso me dar ao luxo de passar perto do Museu Cluny e pensar comigo: 'Vou entrar outro dia.' Mas entrar ali tem de continuar sendo uma coisa séria, última, o motivo verdadeiro de minha presença em Paris. Nós rimos dos turistas, mas juro que eu quero ser turista em Paris até o fim, ser o homem que anota na agenda: quinta-feira, ir ver o São Sebastião, de Mantegna... É horrível perceber a cada minuto como as faculdades intelectuais empiétent[transbordam] sobre as intuições puras, tentando esquematizar o mundo... O cruel de Buenos Aires é que ela é muito mais matéria intelectual do que estética, e apressa esse processo horroroso de cristalização de um homem. Por isso os argentinos são gente de tanto “caráter” (!), de tanta “personalidade” – repertórios de ideias definitivamente fixas, congeladas, sem movimento possível. Todo mundo lá tem sua opinião sobre as coisas, mas você há de concordar comigo em que basta opinar sobre uma coisa para, ato contínuo, deixar de vê-la. A ideia de Wilde em seu Retrato do Sr. W. H. é realmente profunda: se no ato de provar que uma coisa é A ou B irrompe de repente uma angústia terrível e uma sensação de descrença total no que se afirmou, isso se deve ao fato de que todo homem inteligente e sensível sabe que uma prova é sempre outra coisa, que absolutamente não afeta a realidade essencial daquilo de que se fala. Eu gostaria que Paris se entregasse a mim sempre como a cidade do primeiro dia. Estou aqui há quatro meses: mas cheguei ontem de noite, chegarei outra vez esta noite. Amanhã será meu primeiro dia em Paris.

11 de agosto de 2011

Com a Exceção número 5 foi feita

O pessoal que realizou a edição 2010 da Exceção realizou um documentário bem bacana, onde explicam como foi o semestre e falam de suas matérias.

Experiências, com certeza, que nos ajudarão muito na confecção da edição 2011.

Como ficou longo, segmentamos em três partes.



10 de agosto de 2011

Pra começo de conversa

Com este post dou por abertos os trabalhos na disciplina de Jornalismo de Revista de 2011-2, cujo objetivo, entre outros, será a viabilização da sexta edição da Revista Exceção.

Aos poucos vamos contando as novidades que nos esperam no semestre que se inicia, a começar por este espaço.

Na segunda, 8, quando abrimos a disciplina e discutimos os procedimentos, combinamos que faríamos um uso de natureza auto-referencial do Blog da Exceção.

Equivale a dizer que, claro, seguiremos discutindo e refletindo, por meio desse espaço, questões mais amplas ligadas ao jornalismo de revista, mas também passaremos a comentar nossos próprios procedimentos.

Para quê? Para que nossos leitores saibam como se dá o processo de construção da Exceção já a partir da sala de aula.

Em o sabendo, que possam estabelecer vínculos mais consistentes e duradouros com nossa revista.

Com a palavra, então, quem faz a Exceção acontecer: os alunos da disciplina de Jornalismo de Revista.

Um bom semestre a todos.