1 de setembro de 2011

História da Revista Manchete

A Manchete começou a circular em abril de 1952, um ano depois de Adolpho Bloch ter apresentado o projeto de criação de uma revista a Henrique Pongetti e Raimundo Magalhães Júnior, amigos intelectuais, e a Pedro Bloch, primo e médico foniatra. Imigrante russo naturalizado brasileiro que aqui chegou com a família em 1922, Adolpho Bloch apostava que havia lugar no mercado para mais uma revista de circulação nacional, ou seja, que poderia concorrer com O Cruzeiro.

Com base na experiência adquirida nas tipografias da família — na antiga URSS, em Jitomir e Kiev, e no Rio de Janeiro — alicerçava-se nas possibilidades de introduzir inovações editoriais na publicação e aprimoramentos técnicos no equipamento gráfico para vencer o desafio de concorrer com O Cruzeiro. O investimento inicial foi pequeno e o custo de produção era baixo: as máquinas da tipografia da família, ficando ociosas três dias na semana, podiam imprimir edições semanais da Manchete de 200 mil exemplares. Ainda assim, a revista custava o mesmo preço da principal concorrente.

A lucratividade da empresa era surpreendente. Em poucos anos, a Manchete ocupava um prédio próprio na Rua Frei Caneca, no bairro da Lapa, que fica próximo do centro e onde estavam instalados vários jornais e a revista O Cruzeiro. Foram adquiridas máquinas para imprimir 800 mil exemplares semanais e um terreno no subúrbio de Parada de Lucas, onde se construiu o parque gráfico. Inversamente à estratégia de O Cruzeiro de alardear tiragens inacreditáveis, a Manchete não revelava essa informação. A estimativa só pôde ser feita com base no relato de Adolpho Bloch sobre a capacidade das rotativas.

O investimento em equipamentos e instalações foi simultâneo à reformulação da política editorial de 1956. A mudança abrangeu todos os setores da publicação, transformando a paginação e atualizando o texto, com o objetivo de fornecer ao leitor elementos necessários à compreensão dos acontecimentos. A equipe de redação foi reforçada. Do quadro de jornalistas, redatores e colaboradores — selecionados entre pessoas de destaque no meio intelectual — fizeram parte Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Joel Silveira, Orígenes Lessa, Raimundo Magalhães Júnior, Guilherme Figueiredo, Otto Maria Carpeaux, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Antônio Maria, Nelson Rodrigues, Marques Rebello etc.

O primeiro número da Manchete estampava na capa uma bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e alardeava como exclusividades "Uma grande reportagem de Jean Manzon" e "A verdadeira vida amorosa de Ingrid Bergman". O fundo escuro, contrastando com o dourado de uma carruagem que servia de cenário e com as chamadas emolduradas em vermelho, desagradou ao próprio Bloch. A revista era pouco atraente: papel de qualidade inferior, diagramação ruim, e a matéria de capa era a única colorida.

Por volta de 1956, com a aquisição de novas impressoras, o padrão gráfico ganhou qualidade. Nahum Sirotsky, que sucedeu a Henrique Pongetti no cargo de editor geral, foi o responsável pelas mudanças. O apogeu da Manchete coincidiu com o declínio de O Cruzeiro e com a transferência de dezessete jornalistas deste periódico para a Manchete, em 1958, por divergirem da postura ética do proprietário.

Abaixo confira algumas capas da revista Manchete.




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Um comentário:

Anônimo disse...

Cuidado: o texto deste artigo foi copiado de outro lugar...