19 de junho de 2012

A criatividade e o esgotamento

Estou numa redação, no fechamento da edição especial do ano, altas horas. Um dos repórteres corre de um lado a outro tentando fechar sua pauta com as informações certas, outros 3 estão com as suas na revisão. Os ilustradores parecem até chapados de tão esgotados em ter que   criar com o material que tem. O som alto dos televisores, a sirene do veiculo que passa na rua da frente, o telefone que não para de tocar devido ao atraso em chegar em casa. 
Me deparo com uma ideia de capa que não me agrada e mais umas 10 páginas que não sei como finalizar. Tomo um café. Como umas porcarias. Troco dois dedos de proza com o colega ao lado. Foleio minhas revistas favoritas e de referência desde a universidade (umas 8 mais ou menos). O google parece monótono e vulgar, não me prende. Tomo dois goles daquele Whisky maravilhoso que o dono do bar da frente já sabe ser o meu favorito.
E agora? Estou cansada, louca para correr para casa, comer uma comida quente e descansar, mas tenho que finalizar essas páginas e se demorar pouco mais, logo a redação inteira cairá em cima de mim. Respiro fundo, todo mais um café e retomo. Minha lixeira está lotada. Faço, apago, refaço. Respiro fundo, todo mais um café e retomo.


É essa a cena que se passa comigo. Me vi em uma redação, com revistas por fazer toda semana, todo mês e ter que ser perfeito e ter que sair e ter que cumprir os prazos. Sempre me senti em vantagem para essa área pela criatividade, o potencial de imaginar coisas mirabolantes do nada, sobre tudo, apenas sobre o efeito da minha própria personalidade. 
Mas como ser criativo sempre? Como manter o animo, o êxtase sempre?
É como questionar uma prostituta de como manter o tesão 24h por dia, no caso de uma dia puxado de trabalho.


Tomo mais um gole, retorno aos trabalhos.



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