15 de dezembro de 2011
Versão em dígitos da Exceção 2011
Enquanto a nova Exceção não chega da gráfica, segue abaixo a versão em dígitos - igualmente lindona -, via Issue
12 de dezembro de 2011
Estão encerrados os trabalhos
Com este post, dou por encerrados os trabalhos da disciplina de Jornalismo de Revista do primeiro semestre de 2011.
Agradeço a todos pela parceria e comprometimento para com a Exceção, causa final de todos nós.
No semestre final tem mais.
Agradeço a todos pela parceria e comprometimento para com a Exceção, causa final de todos nós.
No semestre final tem mais.
O último dia
Na manhã de hoje, último dia de aula da disciplina de Jornalismo de Revista, discutimos o texto de Gay Talese sobre Frank Sinastra, e suas técnicas de apuração dos fatos, de entrevista e de escrita.
Além da aula de jornalismo que Gay Talese propõe em seu texto, no nosso último dia de aula, tenho que dizer, tivemos uma das mais interessantes, diferentes e e imprescindíveis aulas de jornalismo.
Escrever para a Exceção foi uma das experiências mais importantes dentro da minha formação acadêmica, e não havia forma melhor de fechar com chave de ouro a disciplina do que os apontamentos e lições sobre o fazer jornalístico que tivemos hoje.
Para dar o tom do que foi discutido, deixo uma frase de Talese, e que revemos em aula, para reflexão:
"E as palavras, sabemos, muitas vezes enganam".
Além da aula de jornalismo que Gay Talese propõe em seu texto, no nosso último dia de aula, tenho que dizer, tivemos uma das mais interessantes, diferentes e e imprescindíveis aulas de jornalismo.
Escrever para a Exceção foi uma das experiências mais importantes dentro da minha formação acadêmica, e não havia forma melhor de fechar com chave de ouro a disciplina do que os apontamentos e lições sobre o fazer jornalístico que tivemos hoje.
Para dar o tom do que foi discutido, deixo uma frase de Talese, e que revemos em aula, para reflexão:
"E as palavras, sabemos, muitas vezes enganam".
11 de dezembro de 2011
Muito além de New York, New York
A disciplina de Jornalismo de Revista, além de produzir a Exceção, foi uma grande oportunidade para eu conhecer jornalistas, livros e escritores que até então não faziam parte do meu cotidiano. Claro, mesmo sabendo que Gay Talese fora um dos pioneiros do chamado “new journalism”, ainda não tinha lido nada do cara.
Bom, nesse fim de semana li algo muito maior que uma reportagem qualquer. Digo muito maior porque o texto “Frank Sinatra está resfriado” é uma coisa incrível. É uma reportagem de mais de 50 páginas publicada em 1965 no revista Esquire e, mais tarde, no livro Fama e Anonimato.
Ele conseguiu fazer o perfil de um dos maiores cantores da época sem ao menos trocar um “olá” com ele. Ao todo, Gay Talese entrevistou mais de 100 pessoas que tinham algum tipo de relação com Frank Sinatra e, somada às suas próprias impressões do artista, escreveu um dos maiores clássicos do jornalismo.
Mas o mais interessante é que essa matéria só foi possível porque realmente Frank Sinatra estava resfriado e esse foi um dos motivos pelo qual Talese não conseguiu a entrevista com o próprio. Quer dizer, foi a partir da negativa do artista que o jornalista conseguiu seu maior feito. Gay Talese não apenas entrevistou dezenas de pessoas, mas ele observou muito, ouviu muito e colocou tudo no papel. Para mim, o texto tem muito mais impressões e observações do próprio jornalista, do que o relato das fontes.
Na matéria, ele traz detalhes até então desconhecidos do público e revela situações do homem/artista muito além da música New York, New York, essa mundialmente conhecida.
Amanhã, 12 de dezembro, Frank Sinatra, o cerne da matéria de Gay Talese, estaria completando 96 anos. Coincidência ou não, dia da nossa última aula de Jornalismo de Revista. Que bom que foi com essa grande reportagem que encerramos um grande semestre. Daqui a pouco estaremos todos com a Exceção nas mãos. Ficarei feliz de comprovar que nela estarão grandes matérias, surgidas algumas a partir de negativas dos entrevistados e costuradas pela liberdade literária e sem igual que o jornalismo de revista possibilita.
9 de dezembro de 2011
Rubem Fonseca e a revista Senhor
Sou grande fá da obra de Rubem Fonseca. Nesta semana, lendo seu último livro, o romance José, descobri que ele já escreveu para a revista Senhor, publicando contos, os mesmos que se tornaram sucesso em todo país.
A revista Senhor foi lançada em março de 1959 no Rio de Janeiro. A publicação circulou por quase cinco anos e se destacou no campo do Jornalismo Cultural.
Foi nesta revista, em 1961, que o então “JRF” publicou seu primeiro conto: Teoria do Consumo Conspícuo.
Aqui, um trecho do conto que pode ser lido na íntegra em http://www.literal.com.br/artigos/pensamentos-imperfeitos-teoria-do-consumo-conspicuo.
Estávamos dançando abraçados, de frente, da maneira convencional. Ela não queria brincar no cordão, nem queria outra sorte de abraços, nem queria tirar a máscara. Eu gritava no meio do barulho, pedia no seu ouvido: "Tira a máscara, meu bem." Ela nada. Ou melhor, sorria, os dentes mais lindos do mundo, de bôca aberta. Eu via os molares lá no fundo. Não tinha uma cárie, tudo branco parecia dentadura de elefante.
Dançamos a noite tôda. No princípio, fiquei muito excitado. Depois, fiquei cansado somente; mas continuamos abraçados, bem apertados. Eu só via o seu queixo, que era branco e redondo e a bôca. Da bôca para cima nada. Nem os olhos a máscara deixava ver direito.
8 de dezembro de 2011
Ciência Hoje
Hoje, vale falar da revista Ciência Hoje, uma publicação muito interessante de cunho jornalístico científico.
A dica é válida para todos, leitores, professores e colegas, mas em especial, para os que são colegas também na disciplina de Jornalismo Especializado, onde trabalhamos o jornalismo científico.
Devo dizer que gosto cada vez mais dessa especialização que é muito desafiadora. Desde o começo do ano tenho me esforçado para realizar um bom trabalho nesse âmbito na Unisc Tv, onde minha função é justamente desmistificar projetos científicos e transformá-los em notícias que qualquer pessoa entenda.
A revista Ciência Hoje é uma publicação do Instituto Ciência Hoje, uma organização social de interesse público sem fins lucrativos vinculada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O ICH é responsável pelo projeto de divulgação científica da sociedade, através de uma série de publicações. Como já mencionado, a revista Ciência Hoje, desde 1982, também a Ciência Hoje das Crianças, desde 1986 e os livros da série Ciência Hoje na Escola, desde 1996.
Desde 1997, o Instituto mantém também um site de divulgação científica na internet: o Ciência Hoje On-line, de onde essas informações foram tiradas.
Essa é a capa da última edição da Revista CH, nº 287:
A dica é válida para todos, leitores, professores e colegas, mas em especial, para os que são colegas também na disciplina de Jornalismo Especializado, onde trabalhamos o jornalismo científico.
Devo dizer que gosto cada vez mais dessa especialização que é muito desafiadora. Desde o começo do ano tenho me esforçado para realizar um bom trabalho nesse âmbito na Unisc Tv, onde minha função é justamente desmistificar projetos científicos e transformá-los em notícias que qualquer pessoa entenda.
A revista Ciência Hoje é uma publicação do Instituto Ciência Hoje, uma organização social de interesse público sem fins lucrativos vinculada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O ICH é responsável pelo projeto de divulgação científica da sociedade, através de uma série de publicações. Como já mencionado, a revista Ciência Hoje, desde 1982, também a Ciência Hoje das Crianças, desde 1986 e os livros da série Ciência Hoje na Escola, desde 1996.
Desde 1997, o Instituto mantém também um site de divulgação científica na internet: o Ciência Hoje On-line, de onde essas informações foram tiradas.
Essa é a capa da última edição da Revista CH, nº 287:
6 de dezembro de 2011
Revista Voto
Folheei hoje, pela primeira vez, a revista Voto. Pesquisando um pouco, descobri que é uma revista bem conceituada nacionalmente, mas confesso que não conhecia... Bom, é uma publicação mensal, com tiragem de até 15 mil exemplares e circulação nacional. É uma revista limpa no que diz respeito ao uso cores e texto e a impressão é muito boa, na minha opinião.
Para quem se interessa por jornalismo político, a leitura é válida. Mais do que bastidores do Congresso e da Assembleia Legislativa, traz reportagens que envolvem economia e cultura. Gostei!
Para quem se interessa por jornalismo político, a leitura é válida. Mais do que bastidores do Congresso e da Assembleia Legislativa, traz reportagens que envolvem economia e cultura. Gostei!
Frank Sinatra está resfriado
O texto abaixo - Frank Sinatra está resfriado - é um clássico de Gay Talese publicado no livro Fama & Anonimato (Cia das Letras, 2004).
Servirá de base para a discussão de encerramento da disciplina, na próxima segunda-feira, 19.
Assim como ele, trabalharemos, também o Como não entrevistar Frank Sinatra, disponível no mesmo livro.
Os textos estão disponíveis também no espaço EAD da disciplina.
Servirá de base para a discussão de encerramento da disciplina, na próxima segunda-feira, 19.
Assim como ele, trabalharemos, também o Como não entrevistar Frank Sinatra, disponível no mesmo livro.
Os textos estão disponíveis também no espaço EAD da disciplina.
5 de dezembro de 2011
Personalidades úteis
Lendo essa semana o livro Feliz por nada, de Martha Medeiros, me deparei com uma crônica em que ela dá sua opinião sobre as revistas Caras e Quem. No texto, a autora afirma que o cerne de ambas, hoje, é sobre o mundo das celebridades, mas não pessoas notáveis, e sim qualquer pessoa que consegue carreira meteórica com revelações constrangedoras.
Na Exceção, também falaremos sobre pessoas que poderiam ser celebridades, mas que não são fúteis. Cada história tem sua singularidade e utilidade. São personagens muitas vezes anônimas, mas que merecem aparecer para o mundo porque realmente têm uma grande história.
Aqui, segue um trecho da crônica de Martha Medeiros, enquanto não podemos "revelar" a Exceção.
Eu estava hospedada na minha avó, em Torres. Era verão de 1993. Estávamos só nós em casa naquele fim de tarde. Ela, com a autoridade de seus mais de 80 anos, chamou a moça que trabalhava pra ela, a Zaimara, abriu a carteira, tirou uma nota de R$ 10 e pediu: vai lá no Bazar Praiano e me traz uma revista Caras, por favor.
– Revista o quê?
– Caras. Primeiro número.
Minha vó, muito antenada, sabia que uma nova revista estava estreando no mercado. Uma revista que trazia apenas notícias de celebridades, e quis conferir. Eu já conhecia as versões latino-americanas e não me empolguei muito. Quando a Zaimara voltou com a revista (já lida de cabo a rabo), minha vó folheou uma página, outra página, mais uma, e sentenciou: “O que eu pensei. Porcaria”.
Tarde da noite, levantei pra pegar um copo d’água e vi luz embaixo da porta do quarto da minha vó. Como não havia televisão ali dentro, e muito menos um marido, concluí que ela estaria dando uma segunda e longa espiada na porcaria. Quem resiste?
O lançamento da revista Caras foi um divisor de águas. Competente em mostrar o dia a dia (e a noite adentro) de qualquer pessoa que tenha tido seus 15 minutos de holofote, a revista sedimentou a profissão dos paparazzi e modificou a relação do público com seus ídolos.
Se antes alguém era reconhecido por seu talento em atuar, cantar ou desfilar, agora era reconhecido pelo número de separações, pelo tamanho do biquíni e pelas viagens a castelos onde se janta em traje de gala e se fazem piqueniques usando duas camadas de maquiagem. Nunca a cafonice foi tratada com tanto glamour.
Não desprezo a revista, na qual já apareci uma ou duas vezes – nunca tomando champanhe dentro da banheira e tampouco deitada sobre um tapete de zebra vestindo um longo de cetim vermelho, digo em minha defesa. Escritora aparece no máximo com uma xícara de café em frente ao computador.
O que acontece é que depois da Caras veio a Quem e tantas outras, e também alguns programas de TV especializados em fofoca, e de repente a banalização da privacidade ganhou um espaço sem precedentes. Celebridade, que podia ser uma palavra definidora de alguém notável, passou a designar qualquer um.
E qualquer um fazendo revelações constrangedoras e vulgares, desfrutando de uma fama meteórica e provocando um deslumbramento patético nos simples mortais. Aquela ali é a Ariadna? É a Geisy? Uma é a transexual que ficou uma semana na casa do Big Brother, a outra foi discriminada por usar minissaia na faculdade, é o currículo profissional delas.
Causam o mesmo alvoroço que Demi Moore e Ashton Kutcher, que por sua vez causam o mesmo frisson que o pai do Michael Jackson, que é tão famoso quanto o blogueiro que surgiu ontem no YouTube. Se Lúcifer saísse do inferno para dar uma banda por aqui, teria mesa cativa no Fasano.
Na Exceção, também falaremos sobre pessoas que poderiam ser celebridades, mas que não são fúteis. Cada história tem sua singularidade e utilidade. São personagens muitas vezes anônimas, mas que merecem aparecer para o mundo porque realmente têm uma grande história.
Aqui, segue um trecho da crônica de Martha Medeiros, enquanto não podemos "revelar" a Exceção.
Lúcifer no Fasano
Eu estava hospedada na minha avó, em Torres. Era verão de 1993. Estávamos só nós em casa naquele fim de tarde. Ela, com a autoridade de seus mais de 80 anos, chamou a moça que trabalhava pra ela, a Zaimara, abriu a carteira, tirou uma nota de R$ 10 e pediu: vai lá no Bazar Praiano e me traz uma revista Caras, por favor.
– Revista o quê?
– Caras. Primeiro número.
Minha vó, muito antenada, sabia que uma nova revista estava estreando no mercado. Uma revista que trazia apenas notícias de celebridades, e quis conferir. Eu já conhecia as versões latino-americanas e não me empolguei muito. Quando a Zaimara voltou com a revista (já lida de cabo a rabo), minha vó folheou uma página, outra página, mais uma, e sentenciou: “O que eu pensei. Porcaria”.
Tarde da noite, levantei pra pegar um copo d’água e vi luz embaixo da porta do quarto da minha vó. Como não havia televisão ali dentro, e muito menos um marido, concluí que ela estaria dando uma segunda e longa espiada na porcaria. Quem resiste?
O lançamento da revista Caras foi um divisor de águas. Competente em mostrar o dia a dia (e a noite adentro) de qualquer pessoa que tenha tido seus 15 minutos de holofote, a revista sedimentou a profissão dos paparazzi e modificou a relação do público com seus ídolos.
Se antes alguém era reconhecido por seu talento em atuar, cantar ou desfilar, agora era reconhecido pelo número de separações, pelo tamanho do biquíni e pelas viagens a castelos onde se janta em traje de gala e se fazem piqueniques usando duas camadas de maquiagem. Nunca a cafonice foi tratada com tanto glamour.
Não desprezo a revista, na qual já apareci uma ou duas vezes – nunca tomando champanhe dentro da banheira e tampouco deitada sobre um tapete de zebra vestindo um longo de cetim vermelho, digo em minha defesa. Escritora aparece no máximo com uma xícara de café em frente ao computador.
O que acontece é que depois da Caras veio a Quem e tantas outras, e também alguns programas de TV especializados em fofoca, e de repente a banalização da privacidade ganhou um espaço sem precedentes. Celebridade, que podia ser uma palavra definidora de alguém notável, passou a designar qualquer um.
E qualquer um fazendo revelações constrangedoras e vulgares, desfrutando de uma fama meteórica e provocando um deslumbramento patético nos simples mortais. Aquela ali é a Ariadna? É a Geisy? Uma é a transexual que ficou uma semana na casa do Big Brother, a outra foi discriminada por usar minissaia na faculdade, é o currículo profissional delas.
Causam o mesmo alvoroço que Demi Moore e Ashton Kutcher, que por sua vez causam o mesmo frisson que o pai do Michael Jackson, que é tão famoso quanto o blogueiro que surgiu ontem no YouTube. Se Lúcifer saísse do inferno para dar uma banda por aqui, teria mesa cativa no Fasano.
2 de dezembro de 2011
Um simpático anfitrião
Quando fui conversar com André sobre a reportagem que queria escrever na Exceção, já sabia de algumas de suas particularidades.
Uma delas é sua criação de Galinhas. André tem várias e as trata com todo carinho.
E, quando cheguei em sua casa, recebi as boas-vindas do responsável por 'botar ordem no galinheiro'.
Aqui em baixo, o vídeo da recepção:
Uma delas é sua criação de Galinhas. André tem várias e as trata com todo carinho.
E, quando cheguei em sua casa, recebi as boas-vindas do responsável por 'botar ordem no galinheiro'.
Aqui em baixo, o vídeo da recepção:
1 de dezembro de 2011
A Exceção dos encontros
Diariamente, percorro de ônibus o trajeto da Unisc até minha casa. Quem conhece Santa Cruz sabe que para ir da universidade até o bairro Bom Fim, no qual resido, é preciso atravessar toda a cidade. O mais divertido de andar de transporte público diariamente está nas conversas que ouvimos naquele estilo "sem querer, querendo". Foi assim que presenciei, hoje pela manhã, a cena a seguir.
Um homem com cerca de 55 anos embarcou; quase todas as poltronas lotadas; sentou-se na poltrona vazia ao meu lado. Na parada seguinte, cerca de 15 pessoas embarcaram - quase todas tiveram que viajar de pé -, mas uma em especial chamou a atenção do homem ao meu lado. Era um senhor, negro, aparentava ter a mesma idade que aquele que o observava. Ele passou pela roleta e dirigiu-se ao fundo do urbano quando foi atacado pelo homem ao meu lado. Atacado no bom sentido, claro.
- Não lembra de mim - questionou o senhor sorridente ao meu lado. O outro o observou, tentou reconhecê-lo, buscava sua fisionomia em cada canto da memória. Demorou um pouco até soltar um sonoro "Não acredito!!!! Rapaz, tu tá vivo!!!!". Um aperto de mão e os amigos que não se viam desde a década de 90 (soube isso escutando despretenciosamente a conversa) já conversavam como se nunca tivessem perdido o contato.
Entre lembranças de todas as aventuras que passaram juntos e trocas de informações sobre o presente de cada um, a conversa que resumiria uma vida inteira durou pouco mais de 3 minutos. Foi o suficiente para saber que aquele senhor ao meu lado hoje reside no Mato Grosso - possui 6 máquinas de sorvete e veio ao RS apenas para visitar a família, quebrou a mão durante a visita e acabou estendendo o tempo de estadia. Após o rápido encontro, cumprimentaram-se e deram Adeus - o ônibus havia chegado na parada em que desceria o amigo que estava de pé. Um encontro rápido, alguns momentos de nostalgia e a possibilidade de que, novamente, os velhos amigos fiquem por mais 12 ou 13 anos sem se ver. Em nenhum momento eles disseram seus nomes. Talvez a memória tenha falhado para ambos. Mas reencontros são assim, cheios de surpresas e sem hora marcada.
Quis contar essa história aqui no blog porque a Exceção que logo estará em suas mãos é repleta de histórias sobre encontros, reencontros e despedidas. Pode ser um encontro por engano - mas pra lá de certo -, ou então o fim de uma guerra que possibilitou outros tantos encontros por aí. Pode ser um reencontro que nunca aconteceu, deixando apenas uma mancha de violência na história de uma família; ou ainda, um encontro de historias comoventes, de luta, de desprendimento, de superação, com uma família inteira lutando por uma vida entre encontros e despedidas. Essa é a nossa Exceção, uma caixinha de surpresas com histórias nem sempre fáceis de serem digeridas, mas ainda assim, um retrato fiel de alguns encontros pela vida.
Um homem com cerca de 55 anos embarcou; quase todas as poltronas lotadas; sentou-se na poltrona vazia ao meu lado. Na parada seguinte, cerca de 15 pessoas embarcaram - quase todas tiveram que viajar de pé -, mas uma em especial chamou a atenção do homem ao meu lado. Era um senhor, negro, aparentava ter a mesma idade que aquele que o observava. Ele passou pela roleta e dirigiu-se ao fundo do urbano quando foi atacado pelo homem ao meu lado. Atacado no bom sentido, claro.
- Não lembra de mim - questionou o senhor sorridente ao meu lado. O outro o observou, tentou reconhecê-lo, buscava sua fisionomia em cada canto da memória. Demorou um pouco até soltar um sonoro "Não acredito!!!! Rapaz, tu tá vivo!!!!". Um aperto de mão e os amigos que não se viam desde a década de 90 (soube isso escutando despretenciosamente a conversa) já conversavam como se nunca tivessem perdido o contato.
Entre lembranças de todas as aventuras que passaram juntos e trocas de informações sobre o presente de cada um, a conversa que resumiria uma vida inteira durou pouco mais de 3 minutos. Foi o suficiente para saber que aquele senhor ao meu lado hoje reside no Mato Grosso - possui 6 máquinas de sorvete e veio ao RS apenas para visitar a família, quebrou a mão durante a visita e acabou estendendo o tempo de estadia. Após o rápido encontro, cumprimentaram-se e deram Adeus - o ônibus havia chegado na parada em que desceria o amigo que estava de pé. Um encontro rápido, alguns momentos de nostalgia e a possibilidade de que, novamente, os velhos amigos fiquem por mais 12 ou 13 anos sem se ver. Em nenhum momento eles disseram seus nomes. Talvez a memória tenha falhado para ambos. Mas reencontros são assim, cheios de surpresas e sem hora marcada.
Quis contar essa história aqui no blog porque a Exceção que logo estará em suas mãos é repleta de histórias sobre encontros, reencontros e despedidas. Pode ser um encontro por engano - mas pra lá de certo -, ou então o fim de uma guerra que possibilitou outros tantos encontros por aí. Pode ser um reencontro que nunca aconteceu, deixando apenas uma mancha de violência na história de uma família; ou ainda, um encontro de historias comoventes, de luta, de desprendimento, de superação, com uma família inteira lutando por uma vida entre encontros e despedidas. Essa é a nossa Exceção, uma caixinha de surpresas com histórias nem sempre fáceis de serem digeridas, mas ainda assim, um retrato fiel de alguns encontros pela vida.
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