20 de maio de 2013

Dilemas da reportagem


(Para compartilhar um pouco do dilema que eu e a minha colega da reportagem sobre a ditadura, Josiane Goetze, vivemos nos últimos dias)

O assunto é delicado. Chocante. Triste. Sério. O assunto precisa ser abordado.
A reportagem deve ser atraente, detalhada, em profundidade. Mas não pode ser sensacionalista.

Precisamos dar detalhes.
Quando o case é uma vítima de tortura, obter detalhes significar remexer uma ferida.
Não podemos invadir a privacidade, nem machucar ninguém. Não queremos que os pesadelos voltem.
Queremos escrever. Contar a história. Mostrar o exemplo de superação. Acima de tudo, valorizar a história de quem nos fala. Queremos passar a emoção que sentimos. 

Precisamos de mais fontes. Temos fontes de mais. Podemos cortar? Faremos mais uma entrevista? Podemos perguntar de novo? Precisamos confirmar. Temos que procurar o outro lado da história.

É preciso ter sensibilidade. É preciso saber o limite. É preciso saber ir além. É preciso ter coragem. É preciso feeling. É preciso ter vontade de (re)escrever. E paciência.

Por fim, é preciso cortar. A reportagem extrapolou o limite de caracteres. E muito.

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