27 de agosto de 2013

A história da revista no Brasil

Esclarecer, informar e divertir, pela primeira vez, a história de quase dois séculos das revistas no Brasil é contada em livro, com centenas de reproduções de capas, fotos e ilustrações.

Em janeiro de 1812, o tipógrafo e livreiro português Manoel Antonio da Silva Serva apresentou aos leitores da cidade de Salvador a publicação intitulada As Variedades, considerada a primeira revista brasileira. Era apenas um maço mal encadernado de papel, mais com cara de livro, que deixava exposta a aridez visual dos blocos compactos de texto. Durou apenas um segundo número, mas serviu para cravar o marco inaugural das revistas brasileiras. Desde então, muitas publicações surgiram e morreram – e é a história destes quase dois séculos de revistas que a Editora Abril lançou em outubro de 2000, o livro A Revista no Brasil, um volume comemorativo do aniversário de cinqüenta anos do maior grupo de publicações brasileiro. O lançamento contempla um livro de história no sentido clássico da palavra, uma obra no estilo próprio de revista – variada, multifacetada e viva”.

“É a primeira vez que se conta a história das revistas brasileiras desde o seu início. O livro traça uma viagem por quase 200 anos de revistas de todos os tipos, para todos os públicos, umas bem sucedidas, outras nem tanto, mas nem por isso despojadas de interesse histórico”. Alguns gêneros mereceram também atenção especial, como os quadrinhos, o folhetim, a fotonovela, a cultura e o erotismo. O livro ganha a amarração de uma cronologia detalhista, que remonta ao lançamento de As Variedades, e uma completa bibliografia sobre o tema.

O bom jornalismo, o apuro estético e gosto pela reportagem eclodem ao longo da história das revistas brasileiras. Nem sempre aparecem juntos, porém. Para os entusiastas das histórias em quadrinhos, A Revista no Brasil permite o reencontro com o pioneiro O Tico-Tico e uma galeria infindável de personagens que habitaram a infância de milhões de brasileiros, como Pato Donald, Tarzan, Flash Gordon, Mônica, Mindinho, Recruta Zero, Fantasma, Capitão Marvel, Pererê e o caboclíssimo Jerônimo, o Herói do Sertão. A evolução do papel das mulheres no mundo fica evidente na crescente sofisticação dos títulos dedicados a elas – A Estação, Para Todos..., Jóia, Manequim, A Cigarra, Marie Claire, Claudia e Nova.

O humor é uma constante, espelhado já na própria escolha do título das publicações: Marmota Fluminense, O Charivary Nacional, O Mequetrefe, O Diabrete ou O Papagaio. Numa época posterior, Millôr Fernandes, Henfil, Jaguar, Angeli e Miguel Paiva são os artistas que deram ao desenho de humor maturidade e consciência.


(Fonte: VEJA, 1º de novembro de 2000 – IMPRENSA – ANO33 – N .º 44 – Edição 1673 – Editora ABRIL – Pág. 114/115/116/117)

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