26 de setembro de 2008

A frase

Em março do ano passado eu estava iniciando a disciplina de Jornalismo Impresso III com um novo professor. Numa das primeiras aulas esse novo professor, Demétrio Soster, havia apresentado o plano de aula, em que constava a produção de uma revista, o segundo número da Exceção.

Em uma das aulas, durante o momento de distribuição das tarefas para a produção da revista, eis que o desconhecido professor até então brada: “e na diagramação quem fica?” O silêncio, natural entre alunos pisando em terreno desconhecido, é interrompido pela voz da colega Marisa Lorenzoni: “o Gelson foi o único que tirou 10 na disciplina de planejamento gráfico”. Sem que eu pudesse pensar em reagir, a voz do Demétrio novamente é disparada como um tiro: “então fica com o Gelson”.

A missão, aplicada quase que sem o direito à reação, foi encarada como um problema, um grave problema. Como que eu vou conseguir diagramar uma publicação inteira? Sempre gostei de trabalhar com softwares e já tinha um conhecimento mínimo, mas agora não era meia-dúzia de páginas, era uma publicação inteira, que levava o nome da Unisc. O bicho pegou!

Não preciso continuar a história. O fato de eu estar aqui, um ano depois, novamente responsável pelo projeto gráfico da Exceção e com alguns Unicons na bagagem, ilustra o que mudou nesse tempo. O problema deixou de ser problema, agora é até uma terapia. Se estou estressado, abro o InDesign e faço alguns rabiscos para aliviar a tensão. Diagramar é também uma forma de sobrevivência, pois é essa atividade que me garante uns trocados no final do mês.

O problema que virou prazer nasceu com uma frase. Uma frase sem pretensão alguma, que talvez tenha mudado muitos rumos. Uma inocente frase proferida pela Marisa a um ano atrás. Não preciso utilizar esse espaço para agradecer à Marisa, pois já o fiz pessoalmente, o que tem muito mais valor. Só o que resta ser dito é a empolgação, minha e da turma pelo que posso notar, para o lançamento de mais uma Exceção.

Se o final da faculdade se aproxima, esse é um motivo a mais para fazermos bonito novamente. Mais experientes, e com um pessoal novo que quer mostrar serviço, o grupo que aí está tem que fazer valer os últimos bons resultados.

2 comentários:

Demétrio de Azeredo Soster disse...

Como naquele filme do Clint Eastwood - Crime Verdadeiro -, em que o sujeito sempre se orgulhou de seu "faro" para a notícia, sinto-me privilegiado por ter a oportunidade de reconhecer, - e com certeza devemos isso à Fóia - aqui e ali, mais que talentos; JORNALISTAS de fato, em caixa alta mesmo, à revelia de trabalharem a parte gráfica ou editorial. É seu caso, com certeza. Mas, diferente do Eastwood, não é orgulho o que sinto, mas sim agradecimento por ter oportunidade de comungar com um cara tão bacana e cheio de propriedades e valores que a mim são tão caros, particularmente os jornalísticos. Segue em frente, garoto. E não liga para os trocados, por mais necessários que eles sejam. A hora é de aprender. E de crescer. Grande abraço.

Marisa Lorenzoni disse...

Não foi por acaso que indiquei o nome do Gelson. Eu já tinha podido ver a qualidade do trabalho dele e acreditei que ele era "o cara" para diagramar nossa revista. Acertei, não é mesmo?

Gelson! Continua assim e nunca desista dos teus sonhos. Um beijo.