6 de dezembro de 2015

Livros que inspiram

Uma das atividades propostas durante este semestre foi a leitura de um livro-reportagem. Optei pelo livro 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil.



Gostaria de compartilhar minhas impressões sobre a obra.

O jornalista e agora especialista em história do Brasil, Laurentino Gomes, propõe em seu livro "1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil" contar de forma verdadeira e divertida a história da corte portuguesa no Brasil.

Publicada pela editora Planeta (São Paulo), a narrativa leve atraiu um público diferente, parte dele, formado por leitores que não se interessavam pela história ou pela literatura acadêmica. Porém, acredito ser possível afirmar que o livro não vá contra a história tradicional, aquela ensinada na escola ou na universidade, mas sim, mostra ela com outros olhos, olhos coloridos e divertidos. É errado pensar também, que essa história, por ser colorida e divertida traga pouca informação ou veracidade. Ao contrário, para termos uma ideia, foram 10 anos dedicados à pesquisa e mais de 150 fontes consultadas.

O ponto de partida da obra foi incrível: agregar o conhecimento adquirido através de pesquisas, digno de um historiador, à linguagem e estilo acessíveis, dignos de um jornalista. Pertencente ao gênero diversional, 1808 abusa da liberdade dada ao livro-reportagem. Logo no primeiro capítulo, como no decorrer de todo o livro, o leitor é convidado a imaginar as cenas. Os ambientes são bem descritos e a riqueza de detalhes é envolvente.

O subtítulo da obra “...Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil” dá uma ideia de como os personagens são apresentados. Suas características são trazidas à tona, fazendo com que o leitor, possa mais uma vez criar uma imagem. Essas características também constroem um personagem mais próximo ao leitor, são características da vida cotidiana, mas que são mescladas a fatos pitorescos, retendo a atenção do leitor.

Laurentino Gomes deixou de lado o jornalismo hard e se aprofundou em um processo de apuração demorado, visto que a história se acumula, e é necessário filtrar o que há de diferente no que todos já conhecem e contar isso de uma forma atemporal e com tom literário.

O livro propõe uma abordagem jornalística da história e, como resultado, temos uma narrativa atraente e agradável, que prioriza momentos importantes do período, divididos em capítulos curtos - visto que são 29 - todos de linguagem acessível e ilustrados com trechos de diários de bordo, cartas, e belas ilustrações. Além da versão tradicional, o autor lançou, em 2008, uma versão ilustrada, visando o público jovem.

De acordo com o autor, em entrevista dada ao site Portal da Imprensa, o objetivo era vender 20 mil exemplares. Mal sabia ele que apenas 1808 e 1822 chegariam à marca de 1,2 milhão de exemplares vendidos.  Além dos inúmeros leitores, Laurentino Gomes foi agraciado com o Prêmio Jabuti de 2008 em duas categorias. Sua trilogia é composta pelos de livros 1808, 1822 e 1889. 



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