18 de março de 2009

Apenas um texto para refletir

Monalisa

Na arte, Leonardo da Vinci imortalizou o mais famoso quadro da história sob a figura de uma mulher. Para os leigos, o sorriso enigmático, olhos mesclados por um ar de profundidade e os cabelos negros, nada mais valem do que poucos centavos. (Nem me refiro a quem conhece o valor de uma pintura). A Monalisa, embora real do ponto de vista científico, está escassa no mundo pós-moderno. O universo feminino não deveria se afastar de suas premissas, mas é uma verdadeira raridade encontrar alguém com uma fisionomia tão expressiva.
Se o homem criou as retas apenas para separar o certo do errado, Deus (mesmo sem querer) criou as curvas para “desencaminhar” grande parte dos seres humanos.
Todas as mulheres têm um pouco de Monalisa. Posso garantir isso com base na própria essência da alma feminina, da qual muitos parecem ter medo. É muito mais cômodo dizer que não se entende nada sobre algo e ficar de pernas para o ar, esperando as respostas cairem do céu. Fazer diferente sim, é o mais difícil. Ousar, sair do trivial, literalmente “chutar o balde”, são atitudes para seres que alargam suas próprias fronteiras. Desnudam-se os EUs, vestem-se os egos.
Outro dia, conheci uma pessoa que se parece muito com a Monalisa, não exteriormente, admito. Se eu tivesse me aproximado da “musa” de Da Vinci, talvez diria que elas têm almas idênticas. Muitos podem me perguntar o porquê dessa afirmação. Explicaria somente que os olhos são a chave para se descobrir o que alguém esconde de si mesmo. Assim é fácil tecer uma idéia inicial meio grosseira. Conversando com essa amiga, consegui focar meu olhar na comparação “maluca”. Realmente faltam-me elementos para uma ponderação mais apurada. Tenho como sinônimo de Monalisa, a dama guerreira, justa, séria, misteriosa...características que podem ser encontradas em qualquer pessoa, seja ela homem ou mulher. Como gosto de desafios, resolvi investigar mais, principalmente pelo sentimento de “irmandade” que tenho por ela.
Dias de longas conversas nos separaram do princípio - a tese - até a conclusão (ou o início). O que se revelou eu mesma já sabia: Os seres humanos são equações sem resultado algum. Tomados pela subjetividade, confundem conceitos, extrapolam limites, provam do gosto doce da felicidade, mas preferem (algumas vezes) a confusão mental que o amor (ou o prazer) pode gerar.
Em resumo, nada pude comparar. Ninguém é igual. Nenhuma pessoa pode ser estereotipada, nem mesmo Monalisa. Quando você cria uma imagem surreal (imaginária) de alguma coisa, sempre corre o risco de quebrar o teto de vidro que lhe protege de seu próprio personagem.

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